quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Essa noite...As flechas e os lobos.



Fim de tarde cá estou invadindo os bosques da fazenda de meu pai. Lugar desconhecido, nunca pisado por nenhum de nós. A minha cachorrinha chamada Olívia, uma vira-lata porte pequeno dedicada a me acompanhar, vem comigo nesse passeio.

Lobo Branco Observando 1024x768 Papel de Parede WallpaperOlhando ao fundo e admirando os arredores, me deparo com um lobo não muito distante. A Olívia com medo corre pro lado contrário de onde estou, por mais que eu a chamo ela não me atende. Chamo-a três vezes: - Olívia! Olívia, volte! Olívia! e nada dela parar, perco-a de vista.
Fico atento com o lobo, parado, só observando minha reação, não sei se vai me atacar, tenho medo. Mais lobos começam a aparecer, e logo penso:
- Preciso fazer alguma coisa, mas e agora? Olho para trás e vejo que meus pais não estão comigo, ainda bem!
Esse lobo que me chamava a atenção, branco, porte grande, seus pêlos brancos se misturam num marrom claro, quase amarelo, só me observando.
Por sorte já em minhas costas eu carregava um arco e flechas. Na mesma hora procuro uma árvore que eu possa subir. Os lobos começam o ataque, menos esse que me observava. Não me lembro do que ocorre, muita euforia, só penso em me proteger do ataque. Atirei no primeiro que corria em direção da árvore que eu subira. - Acertei!
Com mais confiança desço da árvore e tento afastá-los com outras flechas. Volto a subir subir na árvore, e percebo que existem lobos invisíveis arranhando a árvore como se quisesse subir. As flechadas são em vão. Com o tempo ele vão se afastando e desaparecendo. Sinto a sensação de estar sendo observado por alguém. Preocupado com a Olívia, corro e a chamo. Ela estava perto do riacho e vem correndo em minha direção.
Saindo do bosque vejo minha irmã e meus pais. Conversamos sobre isso.


E assim foi meu sonho dessa noite.


Procurando saber mais sobre os sonhos, podemos achar várias respostas, mas essa foi a que eu encontrei buscando essa imagem acima do arco e flecha.


Concentração nos objetivos.


O yogue Raman era um verdadeiro mestre na arte do arco e flecha. Certa manhã, ele convidou seu discípulo mais querido para assistir uma demonstração do seu talento.
O discípulo já vira aquilo mais de cem vezes, mas – mesmo assim – resolveu obedecer ao mestre.
Foram para o bosque ao lado do mosteiro: ao chegarem diante de um belo carvalho, Raman pegou uma das flores que trazia em seu colar, e a colocou um dos ramos da árvore.
Em seguida, abriu seu alforje, e retirou três objectos: seu magnífico arco de madeira preciosa, uma flecha, e um lenço branco, bordado com desenhos em lilás.
O yogue então posicionou-se a uma distância de cem passos do local onde havia colocado a flor. De frente para o seu alvo, pediu que seu discípulo o vendasse com o lenço bordado. O discípulo fez o que o mestre ordenara.
“Quantas vezes já me viu praticar o nobre e antigo desporto do arco e flecha?” – Perguntou.
“Todos os dias”, respondeu o discípulo. “E sempre o vi acertar na rosa, a uma distância de trezentos passos”.
Com seus olhos cobertos pelo lenço, o yogue Raman firmou os seus pés na terra, distendeu o arco com toda a sua energia – apontando na direção da rosa colocada num dos ramos do carvalho – e disparou. A flecha cortou o ar, provocando um ruído agudo, mas nem sequer atingiu a árvore, errando o alvo por uma distância constrangedora.
“Acertei? “disse Raman, retirando o lenço que cobria seus olhos.
“O senhor errou – e por uma grande margem” respondeu o discípulo. “Achei que ia mostrar-me o poder do pensamento, e sua capacidade de fazer mágicas”.
“Eu lhe dei a lição mais importante sobre o poder do pensamento”, respondeu Raman.


“Quando desejar uma coisa concentre-se apenas nela: ninguém jamais será capaz de atingir um alvo que não consegue ver”.

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